Restos de cometas trazem avanços sobre sistema solar Composição encontrada deriva de sedimentos extraterrestres

Foi na estação franco-italiana Concordia, na Antárctida, onde se situa o Instituto Polar Paul Emile Victor (IPEV), que uma equipa de investigadores descobriu partículas de uma nova forma de vida, de composição rica em matéria orgânica, cujos grãos foram atribuídos a restos de cometas. O estudo foi recentemente publicado na revista «Science».
Os cientistas franceses recolheram amostras que foram posteriormente levadas para o Museu Nacional de História Natural, em Paris (França), com o objectivo de medir a composição isotópica do hidrogénio contido. Enquanto analisavam o deutério (um isótopo natural do hidrogénio) verificaram que a relação deutério/hidrogé
Segundo um dos autores do estudo, Jean Duprat, níveis tão elevados existiam em regiões frias do nosso sistema solar aquando da sua formação, há 4,5 milhares de anos – o que pode significar que a poeira encontrada é bastante primitiva. Os astrofísicos ressalvaram que a descoberta foi bastante importante para perceber mais sobre o nosso sistema solar e a composição química da época.
Os restos encontrados ficaram ‘encarcerados’ no corpo congelado dos cometas até agora. Segundo Duprat, “quando estes [cometas] se aproximam do sol, parte da poeira é libertada devido ao calor e se estes podem ser encontrados na Terra, significa que podem atravessar a atmosfera para terminar o curso na superfície do nosso planeta”.
Investigadores analisam partículas de cometaAs partículas foram encontradas durante uma expedição à Antárctida, longe das costas. Embora, o investigador admita que possam cair em qualquer local, ficam geralmente “afogada” no pó terrestre.
Partículas extraterrestres
O continente antárctico é um dos locais ideais para os astrofísicos – é circundado por oceanos, o vento sopra do centro para o exterior, e, por isso, as partículas terrestres dificilmente atingem o centro da Antárctica. Estas condições levam a crer que as partículas encontradas são de origens extraterrestres. “Encontramos seis em dez que parecem vir de cometas e esperamos descobrir mais”, previu ainda Jean Duprat.
Os grãos de poeira, descobertos a quatro metros de profundidade enterrados na neve, têm 0.1 milímetro. Até agora, apenas a missão espacial norte-americana Stardust, em 2006, tinha permitido aos investigadores analisar este tipo de partículas de cometas – que informam cientistas sobre o fluxo de matéria extraterrestre que atingia a Terra.
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